Conhecer um pouco da Caatinga a partir das plantas, dos animais, dos solos, dos cultivos naturais, e sobretudo, conhecer sua beleza e seu potencial, é um dos objetivos da “Trilha da Convivência” – uma caminhada pedagógica que é feita constantamente no Centro de Formação Dom José Rodrigues, ou Centro de formação do Irpaa como também é conhecido.
E quem teve o privilégio de fazer essa trilha marcada por muita informação e conhecimento, na manhã desta terça-feira (24), foram os/as 19 estudantes mantidos pela instituição e que residem nesse espaço. Alguns desses, como a jovem Mirele de Carvalho, vinda de Pilão Arcado (BA) e Jardel Nascimento de Campo Formoso (BA), fizeram essa trilha pela primeira vez e se mostraram encantados com a diversidade de plantas e até de tecnologias que são possível de se implementar em áreas de Caatinga onde muita gente extrai seu sustento. Jardel disse ser um privilegiado em vir morar no Centro de Formação Irpaa, porque vai poder levar muitas ideias de Convivência para sua comunidade. Já o estudante João José, morador de Canudos, que já mora no local há dois anos e faz o curso de agropecuária em Juazeiro, disse que apesar de já ter feito a trilha, é sempre uma novidade fazê-la novamente porque algo novo e diferente é revelado na caminhada. João lembra que as práticas diárias feitas no local, junto com os companheiros/as, servem com um valioso aprendizado o qual ele não ver na escola.
A república dos estudantes do Irpaa, conta agora com jovens de municípios baianos como Pilão Arcado, Campo Alegre de Lourdes, Campo Formoso e Cansanção, que a partir desse ano, se juntam aos demais que também fazem o curso de técnico em agropecuária no Centro de Educação Profissionalizante do Território do Sertão do São Francisco (Cetep) de Juazeiro.
Essa trilha feita para os/as estudantes, de modo especial para os novos que vão fazer parte da República do Irpaa a partir desse ano, foi orientada pelo Coordenador do Eixo de Produção do Irpaa, José Moacir, que além de mostrar o potencial produtivo da Caatinga, disse que a ideia é também mostrar o quanto esse bioma é dotado de beleza e, como uma propriedade rural no Semiárido precisa ser observada e preservada para produzir alimentos e outras riquezas próprias da região. Moacir lembra que, fazer a trilha é importante para os/as estudantes que moram no local porque a caminhada serve também para discutir, além da produção, outros temas como meio ambiente, juventude, solidariedade e políticas públicas adequadas à região, uma vez que esses estudantes, no futuro, costumam atuar em entidades que trabalham a valorização do Semiárido ou em outros espaços sociais e políticos que formulam leis e projetos voltados para o desenvolvimento da região.
Texto e Foto: Comunicação Irpaa