Um dos temas transversais que vem sendo pautados em formações da equipe do Irpaa são as relações de gênero. Para aprofundar o debate, durante este ano de 2016 alguns encontros vem sendo realizados com a participação das mulheres e em alguns momentos também com os homens.
Nesta sexta-feira, dia 05, aconteceu o terceiro dia de estudo com as mulheres no Centro de Formação Dom José Rodrigues, momento que contou com a colaboração de militantes da Marcha Mundial de Mulheres, discutindo o sistema patriarcal, uma forma de reprodução e manutenção das opressões e desigualdades de gênero.
Por meio de debate, leitura em grupo, vídeo, místicas e cirandas, o grupo tocou em diversos elementos presentes no dia a dia no ambiente familiar, de trabalho, de lazer, espaços públicos ou mesmo de formação, os quais reforçam uma relação antagônica entre homens e mulheres. “O domínio masculino vai para além do seio familiar, além do ambiente privado. O patriarcado está no próprio Estado e nas próprias instituições e aí é fundamental levar isso pra todo e qualquer espaço da vida das mulheres”, provoca Dalila Santos, professora e militante da Marcha Mundial de Mulheres.
O feminismo defende a necessidade de quebrar essa lógica de dominação dos homens sobre as mulheres e construir uma relação de equidade e não inverter a opressão como muitas vezes se coloca. A origem do patriarcado está ancorada nas primeiras formas de organização da sociedade, a exemplo da criação da propriedade privada, a substituição do nomadismo pelo sedentarismo, a instauração da monogamia em detrimento da poligamia, sobretudo envolvendo as mulheres.
Durante todo o Dia de Estudo, as diversas formas de violência e discriminação, sejam individuais ou coletivas, foram abordadas nos relatos trazidos pelas participantes, bem como nas referências históricas acerca do tema. O objetivo da iniciativa da instituição é fortalecer a luta pela equidade de gênero na sociedade, provocando mudanças dentro da instituição, no contexto da atuação em defesa da Convivência com o Semiárido e na sociedade em geral. “Muitas coisas que são faladas nessas formações a gente não tinha consciência, se todas as mulheres tivessem a oportunidade de está passando por isso [a formação] teria outra visão”, avalia Reiziane Silva, colaboradora do Irpaa.
No mês de outubro, será a vez dos homens se reunirem para discutir temas ligados as relações de gênero para em seguida, mais uma vez, acontecer um encontro misto com todas e todos colaboradoras e colaboradores da instituição e assim definir os principais encaminhamentos para dar continuidade ao processo permanente de formação da equipe.
Texto e fotos: Comunicação Irpaa