Simpósio na Embrapa debate riquezas e diversidade da Caatinga

A Caatinga é o 3º maior bioma brasileiro com mais de 1 milhão de quilômetros quadrados e possui uma enorme riqueza de plantas, animais e outras diversidades. E é sobre toda essa diversidade e sua relação com o povo que  habita esse bioma, que aconteceu no período de 07 a 09 desse mês, no Centro de Pesquisa da Embrapa em Petrolina, o I Simpósio do Bioma Caatinga.

 

O evento foi promovido pela própria Embrapa juntamente com vários órgãos ligados a pesquisa e ao desenvolvimento cientifico como universidades e outros centros de estudos. Além de pesquisadores da Caatinga, organizações sociais e movimento de trabalhadores/as que também estiveram presentes.

Questões como recursos naturais, meio ambiente, desenvolvimento, biodiversidade da Caatinga, desenvolvimento sustentável e política publicas, estiveram nos painéis e eixos temáticos apresentados pelos pesquisadores e professores de diferentes Centros e Universidades. Na manhã desta quinta feira, aconteceu dentro da programação do evento, o lançamento do livro Maracujá Silvestre do pesquisador Francisco Pinheiro.

Os/as participantes desse Simpósio poderam contemplar ainda uma bonita amostra fotográfica denominada:"A Caatinga e sua Cores" com imagens de pássaros e tantos outros animais silvestres, além de várias belezas que compôem o cenário natural Caatinga.

 
A realização do Simpósio espera abrir mais espaço de discussão sobre a Caatinga, buscando dialogar com professores, estudantes, gestores de politicas pública, técnicos a sociedade em geral, formas de ampliar o intercambio e a articulação dos diversos atores locais e redes que poderão ser mais fortalecidas junto com as que já existem, agilizando o fluxo de informações que irão contribuir muito com a formação sobre a caatinga e sua riqueza.

O professor da Universidade Estadual do Rio Grande do Norte, Juracy Rufino, um dos expositores do Simpósio, lembrou o quanto a diversidade produtiva da Caatinga é viabilizada graças ao papel dos milhões de unidades produção que praticam a agricultura familiar e a criação de animais, elementos geradores de renda e desenvolvimento social, fortemente incentivado nos últimos anos.

O professor também expôs os desafios para as populações que vivem na caatinga especialmente nesse momento de crise política, onde a região precisa reafirmar os investimentos que foram conquistados e que devem ser ampliados como no acesso a agua a terra e a educação contextualizada por exemplo.

Opiniões

A agricultora Marly Alves Passo do município de Remanso (BA), comentou um pouco os temas levantados nesse Simpósio e até discorda do que foi apresentado sobre produção de energia na caatinga por meio torres eólicas que provocam tanto desmatamento e prejudica as famílias rurais. Ela diz ainda o quanto foi importante sua participação no evento porque isso lhe dá condições de melhorar as discussões feitas nas comunidades do seu município.

O técnico do Irpaa, Adelmo Ferreira, que acompanha famílias rurais de Juazeiro junto ao Projeto de Assessoria Técnica e Extensão Rural (Ater), também questiona alguns pontos levantados durante o simpósio, uma vez que alguns expositores não conhecem a fundo à realidade das famílias que vivem no Semiárido, mas, segundo Adelmo, eventos como esses, são importantes para que se continuem os estudos sobre a Caatinga e toda sua importância para o Nordeste e para o Brasil.
 

Texto e Foto:Ascom/Irpaa