O uso de paradidáticos contextualizados fortalece o aprendizado de estudantes no Semiárido brasileiro

 Este ano, escolas da Rede Municipal de Juazeiro e Curaçá, no sertão da Bahia, passaram a utilizar o livro “Conhecendo o Semiárido volume 1 e 2”, produzido pelo Irpaa em parceria com a Rede de Educação do Semiárido Brasileiro – Resab, com o objetivo de contribuir com o processo de ensino-aprendizagem contextualizado.
A produção do paradidático partiu da ausência de materiais contextualizados ao Semiárido e a necessidade de promover este trabalho no âmbito da educação formal. Atualmente, o material está sendo usado por estudantes do 4º e 5º ano de parte das escolas da rede municipal de ensino de Juazeiro e Curaçá, no sertão da Bahia e já são muitos os resultados deste trabalho. O Irpaa, enquanto parceiro destes municípios que estão adotando o material contextualizado, está fazendo o acompanhamento pedagógico nas escolas.

Os educadores e educadoras do 4º e 5º ano das escolas municipais localizadas nas comunidades de Ferrete, Poço de Fora, Mundo Novo, Roçado, Barro Vermelho, São Bento, no interior de Curaçá, começaram a utilizar o livro contextualizado neste segundo semestre. Em visita a estas escolas, a pedagoga e colaboradora do Irpaa, Edineuza Ferreira, observou a recepção das/dos estudantes em relação aos livros “Conhecendo o Semiárido 1 e 2” e como os educadores e educadoras estão trabalhando com o livro contextualizado em conjunto com os livros oferecidos pelo Ministério da Educação – MEC.

De acordo com Edineuza, os/as educadores/as tem feito o uso articulado dos materiais de forma positiva, o que só contribui para o aprendizado das crianças. “É importante porque eles [professores/as] vão percebendo alguns equívocos que o livro didático distribuído pelo MEC ainda deixa, ainda trás, vão conseguindo superar algumas dificuldades a partir do livro contextualizado”, pontua a pedagoga. Ela ainda ressalta que nessa rodada de visitas foi possível notar o entusiasmo e envolvimento das crianças com o paradidático contextualizado.

Experiência em Barro Vermelho

A educadora Josileide de Oliveira, da Escola de Barro Vermelho, afirma que o uso do livro contextualizado tem despertado mais o hábito da leitura nas crianças e tem aproximado a comunidade do ambiente escolar. “O uso do livro tá sendo muito bom para nossos alunos… eles estão conhecendo o lugar onde eles moram, a realidade deles, quando a gente pega algum assunto eles dizem assim: isso aqui eu conheço, na minha casa eu vi isso”, comenta Josileide.

O resgate da cultura local também é um dos resultados deste trabalho, a exemplo das cantigas de rodas, brincadeiras infantis que vem sendo objeto de pesquisa das crianças e acabam adentrando suas rotinas, especialmente nos intervalos das aulas. Junto com isso, busca-se despertar o sentimento de pertencimento das/dos estudantes à sua região e a importância de preservar a Caatinga. “Eu gostei de ler o livro… é bom a gente saber que nosso Semiárido é coisa boa, e que a gente não deveria fazer isso que a gente faz como jogar lixo no chão”, diz a estudante Poliana Roque da Silva.

O livro “Conhecendo o Semiárido volume 1 e 2”, vem contribuindo para dar maior significado ao conhecimento adquirido em sala de aula . Porém, é preciso garantir que essa proposta seja inserida nas diretrizes políticas pedagógicas do município, o que vai permitir que todas as escolas trabalhem de forma contextualizada com a realidade na qual estão inseridas, sugere o Irpaa.

Texto e foto: Comunicação IRPAA