Seguindo a dinâmica interna do Irpaa de realizar Dias de Estudos a cada dois meses, a discussão sobre Juventude e Direitos Humanos foi tema do encontro da equipe nesta quarta-feira (30) no Centro de Formação D. José Rodrigues.
A discussão se deu a partir da apresentação do trabalho acadêmico intitulado “Jovens no Semiárido baiano: experiências de vida e formação no campo”, produzido por Adelson Dias, no curso de mestrado em educação pela Universidade do Estado da Bahia – Uneb.
As reflexões acerca da ausência de políticas para a juventude, especialmente do campo, a interferência cada dia maior das tecnologias, as oportunidades de saída do campo ou as possibilidades de permanência, foram alguns dos assuntos em debate entre a equipe.
Dentro disto, os direitos humanos foram trazidos ao debate, evidenciando a negação e violação dos direitos essenciais como algo que interfere na formação das juventudes, alterando muitas vezes a condição das/dos jovens serem sujeitos ou não das próprias histórias.
Para a colaboradora do Irpaa Ingrid Sousa, este momento na instituição é importante para a equipe ficar em sintonia a medida que compartilha as opiniões. Sobre a temática, a jovem diz que é bem interessante falar sobre a juventude, pois “a gente precisa dela tanto para os dias atuais quanto para formar, o que nós estamos fazendo aqui hoje”, expõe.
Como encaminhamento, cada Eixo de atuação do Irpaa ficou responsável de fortalecer esta discussão internamente e também nos espaços de atuação, especialmente com o público jovem.
A produção acadêmica
Tomando por base a análise do discurso, Adelson Dias, que tem graduação em pedagogia, se debruçou sobre experiências de jovens do campo e sua implicação na constituição da identidade dos mesmos. Esses personagens, identificados pelos pseudônimos abelha, mandacaru, asa-branca, angico, borboleta e umbuzeiro, são integrantes da República do Irpaa e da equipe técnica, todos/as oriundos/as de comunidades rurais do Semiárido brasileiro.
Segundo o Adelson, a motivação para este trabalho foi a própria história de vida, a qual esteve sempre ligada ao diálogo com e para juventude, iniciando na Pastoral da Juventude na região de Paulo Afonso e em seguida no trabalho que o mesmo desenvolveu no Irpaa. “Sempre me provocou como é que esses jovens se formam além da escola, além desse processo normal de escolarização”, declara o pesquisador falando do interesse em estudar as vivências como processos formativos, se pautando pelo jovem que está localizado no campo.
A pesquisa foi iniciada em 2013, relacionando esta caminhada do autor com o contexto contemporâneo da juventude brasileira, provocando inclusive as/os próprios/as jovens pensarem como se deu ou se dá a construção de suas identidades. Adelson hoje é educador da Univasf e trabalha esta temática no curso de licenciatura em Ciências Sociais, para ele uma forma de estender a discussão, uma vez que trata-se de um curso de formação de professores/as.
Texto e Foto: Comunicação Irpaa