Governo de Santa Catarina visita Irpaa para conhecer modelos de cisternas

Ao tomar como referência os 25 anos de experiência do Irpaa na difusão da cisterna como um importante reservatório para armazenar água de chuva, representantes da Secretaria de Assistência Social, Trabalho e Habitação, do Governo do Estado de Santa Catarina, estão em Juazeiro (BA) para trocar experiências com a instituição.

O interesse dos visitantes se deu a partir do objetivo de aperfeiçoar a construção de cisternas, ação que vem sendo executada em 50 municípios do Oeste e Extremo Oeste Catarinense. A seleção dos municípios beneficiados foi feita pela Defesa Civil que dispõe de dados acerca das áreas mais atingidas com a estiagem, que acontece geralmente nos meses de dezembro a março. No total serão 4.908 famílias beneficiadas com a tecnologia, um investimento aproximado de 12 milhões de reais oriundos do governo federal e estadual. O motante é investido na mobilização das famílias – que devem ser cadastradas no CadÚnico – e na construção das cisternas.

De acordo com o Secretário Executivo de Políticas Sociais e Combate à Fome, Rodrigo Mello da Rosa, a intenção é analisar qual o melhor modelo de cisterna que pode ser adotado na região Sul que ainda conta com poucas experiências de construção deste tipo de reservatório já amplamente difundido no Nordeste. Após a avaliação dos relatórios dos engenheiros que estão fazendo a visita, o Governo Catarinense irá definir o modelo padrão para as 4.908 cisternas que serão construídas.

Questionado sobre qual dos modelos é mais viável, Haroldo Schisteck, agrônomo e presidente do Irpaa, disse que em termos de praticidade, a cisterna de placa é a mais recomendada, mas em termos de resistência e variedade de tamanho que podem ser construídas, é a cisterna de alambrado que leva vantagem.

Experiência Pioneira

Diferentemente do Semiárido baiano, em Santa Catarina esta é uma primeira iniciativa de construção de cisternas com vistas a garantir água potável para as famílias, especialmente durante o período de estiagem. Apesar de contar com épocas de intensas chuvas, a exemplo do momento atual, muitos municípios sofrem as consequências dos períodos secos devido à ausência de políticas eficazes de Convivência com o clima.

Com o Programa, iniciado em 2012, foi lançada Chamada Pública para entidades sem fins lucrativos. A Coopesc (Cooperativa de Profissionais em Serviços Públicos) foi a única a se inscrever, tornando-se assim a responsável pela construção das tecnologias. “No Sul não existe esta experiência que pra vocês é bem comum, o Sul não tem essa cultura de vocês de [construir] cisternas”, justifica Rodrigo Mello Rosa.

De acordo com a Secretaria de Secretaria de Assistência Social, Trabalho e Habitação, há o propósito de expandir o número de construções a partir de projetos futuros. Os 16 mil litros de água que podem ser armazenados na cisterna supre a necessidade de até cinco famílias durante uma média de oito meses.