Religiosidade e cultura marcam a abertura da 37ª Romaria da Terra e das Águas

Com uma homenagem a Dom Tomás Balduíno, falecido em maio deste ano, foi aberta a 37ª Romaria da Terra e das Águas, na Esplanada da gruta ao Bom Jesus da Lapa, no oeste baiano, reunindo 3200 pessoas. A lembrança do bispo fundador da Comissão Pastoral da Terra (CPT) e do Conselho Missionário Indigenista (Cimi) trouxe um pouco da sua caminhada e compromisso com a luta do povo, reafirmando o que ele sempre dizia: “Direitos humanos não se pede de joelhos. Exige-se de pé”.

No altar, o bispo de Barreiras e Administrador Apostólico da diocese de Bom Jesus da Lapa, dom Josafá Menezes, presidiu a missa ao lado dos bispos de Barra, dom Luís Flávio Cappio; dom Tomazio Cassianelli, de Irecê; e dom Luis Pepeu, de Vitória da Conquista, convidando o povo a refletir sobre o tema da Romaria: Libertar a terra é defender a vida. Em sua homilia, dom Josafá lembrou aos romeiros que cada um deles é “pedra e luz nas comunidades”, fazendo referencia à rocha da lapa e a luz do Bom Jesus.

Na Esplanada, o povo exibia suas faixas e cruzes demonstrando fé, esperança e devoção ao Bom Jesus da Lapa. Criatividade e cores marcaram a confecção dos símbolos da romaria, que conta com a participação de grupos de diversas regiões da Bahia. Mirian Porto da Silva, de Morro do Chapéu (BA) participa pela 18ª vez na Romaria. “Só falhei uma. Aqui a gente aprende muito nos plenarinhos, renova força para enfrentar as batalhas dos nossos outros irmãos com sabedoria”. Ao lado da veterana Mirian, os jovens Flávio Santos, Júnior Diniz e Leonardo Batista, de Irecê, festejavam a estreia no encontro. “Viemos com 50 pessoas. Todos diziam que é muito bom e quisemos conhecer e viver essa experiência”.

 

 

 

Texto e Foto: Marilda Ferri e Raquel Salama, da equipe de comunicação da 37ª Romaria da Terra e das Águas.