Atingidos/as por Barragens ocupam a sede da Chesf em Recife

Cansados/as de uma negociação que já dura mais de quatros anos e sem muitos resultados, centenas de trabalhadores/as rurais e famílias de reassentados/as de barragens de várias partes do Nordeste ocupam a sede da Chesf em Recife.  A ocupação começou na manhã dessa quinta feira (27) quando as/os manifestantes chegaram em caravanas e imediatamente adentraram o escritório da empresa portando faixas e cartazes que foram afixados em toda a área do prédio enquanto os seguranças observam pacificamente toda a movimentação.

Essa mobilização é organizada pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e conta com representações de reassentados/as da Bahia, Pernambuco e Piauí. Na pauta das reivindicações feitas junto à Chesf e o Governo Federal, as lideranças do MAB destacam a falta de infra-estrutura e as péssimas condições de vida impostas às famílias que tiveram suas terras inundadas pelas barragens construídas pela Chesf, algumas delas, vivem esse sofrimento há mais de 40 anos como no caso dos reassentados/as de Sobradinho e Itaparica. Outro ponto muito criticado e considerado inaceitável pelo MAB é a possibilidade de construção de mais barragens no Rio São Francisco, empreendimentos que, segundo o movimento, só prejudicam as comunidades ribeirinhas para atender interesses das empresas multinacionais.  

Fernanda Rodrigues, dirigente regional do MAB, diz ser inadmissível que depois de tantos anos as famílias relocadas com as construções das barragens estejam morando em locais sem energia elétrica, sem escolas e hospitais e sem água para produzir seus próprios alimentos, e que, enquanto a Chesf e o Governo não atenderem as reivindicações do Movimento, as mobilizações vão continuar acontecendo.

Texto e Foto: Comunicação Irpaa