Com o objetivo de incentivar as/os moradores a utilizarem defensivos naturais e adubação orgânica na agricultura que desenvolvem ainda de forma convencional, a equipe do projeto de Assessoria Técnica e Extensão Rural – Ater executado pelo Irpaa no Sertão do São Francisco vem realizando atividades práticas com as famílias assessoradas. Esta semana foi a vez da comunidade Terra Nossa, em Sobradinho, onde colaboradores/as do Eixo Produção do Irpaa realizaram dois momentos práticos junto com as/os participantes. A primeira foi a produção do composto a partir dos materiais disponíveis nas propriedades, como matérias orgânicas, água e esterco. Ao final do dia, o grupo já tinha produzido composto e também biofertilizante à base de esterco e água armazenados em um vasilhame com tampa. Ambas produções ficarão em estado de repouso até estarem prontas para uso.
Na comunidade, as famílias tem uma área coletiva, onde cada qual desenvolve a sua produção, uma ao lado da outra. A agricultura é desenvolvida de modo convencional, com adubação química e controle de pragas com agrotóxicos. Para D. Maria de Araújo, uma das beneficiárias do Ater, o que ela mais quer é a produção orgânica, mas enfrenta desafios. “O certo é a gente produzir orgânico, além dele ser mais saudável, a gente pode consumir sem medo e é mais vendável também. Eu gostaria de trabalhar. O mais difícil é convencer os outros, eu gostaria que eles tentassem”, diz referindo-se ao cultivo de alimentos livres de venenos. Hoje para ela produzir orgânico seria necessário que as/os produtores/as da comunidade também seguissem na mesma linha para não contaminarem as plantações vizinhas.
A colaboradora do Irpaa Nadja Oliveira Costa explica que este momento na comunidade vem também no sentido de somar com as ações de assessoria técnica que, entre outros temas, vem abordando também a predisposição dos/das produtores/as para a o desenvolvimento da agropecuária apropriada e sustentável para o clima semiárido. “A gente tem discutido muito sobre o uso consciente da água para não inundar o solo e nem o uso de fertilizantes para não salinizar o solo. E a atividade de hoje, produzindo alguma coisa dentro da comunidade, é justamente para diminuir a compra de adubos e a gente vem também com a fertilização orgânica, batendo na tecla que deixem o convencional de lado e trabalhem com o orgânico. Eles conseguem entender que o orgânico é melhor, mas ainda não trabalham com o orgânico”, afirma.
“Para gente que ainda não tinha feito, está sendo muito viável, sabe o que colocar nas plantas e que vai dá resultado. Pra gente está sendo uma assistência muito viável. A gente mesmo não entende o que é que pode ser feito… eu comecei a criar a galinha e a produção devido a assistência tem sido muito boa, a gente não sabia como cuidar, tratar das galinhas”, afirma Dona Maria de Araújo, animada com o serviço de Ater que vem sendo prestado na comunidade.
Texto e Foto: Comunicação Irpaa