Um tema que sempre foi abordado nas formações da equipe do Irpaa e também no trabalho junto às comunidades foi trazido para o dia de estudo durante Seminário Interno da instituição esta semana. As “Relações de Gênero no contexto do Semiárido” foi estudada a partir da assessoria de Beth Siqueira, que está desenvolvendo mestrado na área e já teve vivências na região onde o Irpaa hoje atua.
O Dia de Estudo aconteceu nesta quinta-feira (19) no Centro de Terapias Naturais no Bairro João Paulo II, em Juazeiro, e reuniu colaboradores e colaboradoras da entidade que atuam nos municípios de Casa Nova, Sobradinho, Curaçá, Uauá, Canudos, Macururé, Abaré e Juazeiro.
Inicialmente foi discutida a diferença entre sexo e gênero, o que motivou as/os participantes a compartilharem diversas experiências que vivenciam no dia a dia do trabalho em campo ou na relação com a própria equipe.
Definições socialmente arraigadas no imaginário das pessoas ainda são referência na educação de crianças, a exemplo das brinacadeiras e cores ditas masculinas e femininas nas primeiras fases da vida e das divisões de tarefas, seja no ambiente doméstico ou de trabalho, no âmbito público ou privado. "Acorda Raimundo, acorda", um vídeo da década de 1980, ajudou a problematizar a definição de papeis nas famílias composta por um casal e filhos, chamando atenção para o que tem avançado na luta pela equidade de gênero e a realidade de opressão que ainda se vive.
Beth Siqueira, trouxe provocações no sentido de esclarecer que discutir gênero não é polarizar a dicussão entre direitos das mulheres e dos homens, invertendo a situação de opressão, mas sim pensar como desconstruir, a partir da teoria e da prática, principalmente, as construções sociais que estão presentes nas diversas culturas.
Por fim, a equipe dividiu-se por município e traçou estratégias de intervenção que podem ser realizadas no dia a dia da instituição, quer seja no trabalho pedagogico desenvolvido junto às comunidades ou na formação interna da equipe. Momentos de estudo, reflexões coletivas sobre situações enfrentadas nas comunidades e na vida social de forma geral, monitoramento das relações de gênero nos espaços de decisão da entidade, dentre outras proposições foram apresentadas pelos grupos e comentadas pela assessoria.
A propposta do Irpaa é envolver cada vez mais as/os colaboradores/as neste debate, entendendo esta como uma pauta necessária e que está diretamente ligada ao trabalho que a entidade desenvolve.
Texto e Foto: Comunicação Irpaa