Empreendimentos solidários do Território Sertão do São Francisco traçam caminhos para fortalecer a agricultura Familiar

 

Aconteceu nos dia 9 e 10 desse mês o IX Encontro Territorial da Rede Sabor Natural do Sertão (RSNS). A rede é composta por empreendimentos que trabalham com a produção e comercialização de produtos oriundos da agricultura familiar do sertão. O principal objetivo desse encontro foi discutir estratégias para articular os empreendimentos a partir da Rede.

Estiveram reunidos no Centro de Formação do Irpaa, os empreendimentos do Território do Sertão do São Francisco (Curaçá, Uauá, Juazeiro, Sento Sé, Remanso) e de outras regiões, como de Petrolina. Nessa edição, o encontro teve como destaque um caráter territorial, onde os grupos presentes construíram uma linha do tempo, mostrando todas as suas conquistas e caminhadas. A partir dessa ação foi constatado pelos empreendimentos que, em alguns momentos, os grupos ficam desmotivados, desacreditados, desmobilizados, diagnosticando a necessidade de trabalhar a consciência das pessoas envolvidas no processo neste processo de organização.

De acordo com Tiago Pereira, colaborador do Irpaa, os grupos necessitam se reconhecer enquanto rede do Território e refletir o que é preciso ser feito para o desenvolvimento dos empreendimentos. Pontuou também que, “os empreendimentos ao longo dos anos têm vivenciado uma série de dificuldades no processo executivo, gerenciais, comerciais, tributários”. Na busca de melhorar esse quadro, foi mas, principalmente, fortalecer a comercialização interna, ou seja, na sua região, a exemplo, de feiras, mercadinhos, padarias entre outros.

Outras dificuldades colocadas foram garantir o capital de giro, aquisição de embalagens, formação dos grupos mais sólidos na questão de gerenciamento e comercialização, em alguns momentos a ausência da matéria- prima ou seu alto custo. Apesar de todas as fragilidades exposta, foi avaliado que os empreendimentos, estão em um estágio significativo para o desenvolvimento da região do TSSF. Egnaldo Gomes, colaborador do Irpaa, acredita que as maiores potencialidades dos grupos são “organização, existências e mobilidade dos grupos e articulação das pessoas pra mim são o patrimônio, é a coisa mais importante que tem nos empreendimentos são as pessoas”.

Outro debate foi sobre as políticas públicas para a agricultura familiar, com ênfase nas mudanças ocorridas no Programa de Aquisição Alimentos (PAA). Algumas dessas modificações foram: aumento no tempo de execução dos projetos, os empreendimentos precisam está cadastrados na rede assistencial do município, como entidades sócio-assistencial, prestação de contas virtual, os empreendimentos necessitam assinar um termo de preenchimento de entrega comprovando que a matéria prima é produzida pelo grupo.

Para Paulo Cesár, representante da base serviço de apoio comercial, algumas dessas modificações vão dificultar o acesso ao programa, devido a burocracia, porém ele acredita que o principal objetivo dessas mudanças é para “ contribuindo para a clareza do programa”, afirmou

Segundo a empreendedora Cíntia Graciela dos Santos, da Associação de mulheres em Ação da Fazenda Esfomeado II, em Curaçá/BA, é de suma importância os grupos estarem reunidos em rede, pois fortalece os empreendimentos, ampliam seus horizontes e possibilitam a comercialização para além da sua região.

Preposições

No final do encontro a RSNS foi construído um planejamento participativo, onde foi citada a necessidade de sobrepor os critérios dos programas de acesso às políticas públicas, criando uma comissão para levantar essa discursão. Mapear os possíveis mercados para expor os produtos da agricultura familiar no Território Sertão São Francisco, realizar o levantamento do potencial produtivo dos grupos foram as principiais demandas do mercado local e regional.

Encaminhou-se também a necessidade de articular a Coopercuc para dar suporte aos demais empreendimentos na compra de embalagens e insumos. Entre outras iniciativas que possam contribuir na valorização dos produtos do Semiárido e na construção de um novo modelo de desenvolvimento econômico, baseado na agroecológica e na agricultura familiar.

 

Texto e foto: Comunicação Irpaa