Aconteceu no Centro de Formação Dom José Rodrigues em Juazeiro, Bahia, o Encontro de Hidroestesia ou buscadores/as de água, durante o período de 04 à 06 desse mês. Os buscadore/as de água são pessoas que tem a sensibilidade de encontrar a fendas de água no subsolo, o que possibilita a perfuração de poços e cacimbas. Essa prática ajuda a garantir o acesso a água ao povo do Semiárido, fortalecendo as ações de Convivência com o Semiárido.
Durante os três dias do encontro, os participantes debateram sobre o Semiárido, a realidade climática, as práticas adaptadas para garantir a criação de animais na região e aprofundaram os estudos em relação ao que é hidroestesia. Além de conhecer as tecnologias de captação e armazenamento de água da chuva, os cuidados necessários para garantir a qualidade dessa água entre outros temáticas.
A hidroestesia vem auxiliando na diminuição da deficiência hídrica existente nas comunidades do Semiárido, mas para além de encontrar à água, “o hidroestesista é habilitado a fazer toda uma discussão hídrica na comunidade, levando em consideração o subsolo da região, da propriedade” pontua Josemário Gonçalves, colaborador do Irpaa.
Para a participante do encontro, da comunidade de Amarante, localizada em Serrolândia, Ana Márcia de Oliveira, encontrar água nas propriedades dos agricultores/as é de suma importância para melhorar a qualidade de vida dessas pessoas. Porém, para ela o maior desafio é ajudar os trabalhadores/as a encontrar alternativas para perfurar os poços, devido ao alto custo para essa atividade.
No decorrer do curso também é discutido qualidade da água adquirida nos poços cavados, o cuidado de não perfura cacimbas ou poços em área de caatinga, espaços de proteção ambiental. Maria Oberhofer, colaboradora do Irpaa e organizadora do curso comentou que, “após esse três dias do encontro, os/as buscadores/as são acompanhados/as nas sua comunidades, na sua realidade, até eles pegarem confianças… até eles ter essa segurança, identificação do local da perfuração”. Maria reafirma a necessidade dos hidroestesista trabalharem em conjunto com os grupos existente na sua região, fortalecendo essa prática.
Texto e foto: Comunicação Irpaa