Empreendedoras do Semiárido discutem o aproveitamento da cadeia produtiva da mandioca

Na ultima sexta-feira (28), o Centro de Formação Vargem da Cruz recebeu a oficina "Qualificação e Organização da cadeia produtiva de mandiocultura". Essa foi a segunda etapa da oficina, que atende as empreendedoras do município de Riacho de Santana, Sento-Sé, Remanso e Casa Nova.

Nessa segunda etapa foram trabalhados assuntos teóricos, com foco na qualificação e organização da cadeia produtiva da mandiocultura, a partir das boas práticas de produção, dos cuidados com armazenamento dos alimentos nos estoques, rotulagem das embalagens e outros.

A oficina está acontecendo em três etapas. Na primeira etapa foram discutidas novas formas de melhorar a qualidade dos produtos fabricados a partir da mandioca e também ocorreu a troca de experiências entre as empreendedoras, possibilitando novas receitas, entre elas a do chimango e do suco da mandioca.

Os empreendimentos que utilizam a mandioca como matéria prima vem sendo valorizados pela agricultura familiar na região do Semiárido. Segundo Maria de Lourdes, colaboradora do Irpaa "esses empreendimentos resgatam as tradições que vem das avós, das famílias, valorizando mais o nosso Semiárido e proporciona um alimento de boa qualidade nas mesas das próprias famílias do Semiárido".

Sequilos, petas e pão de tapioca são alguns dos alimentos produzidos a partir da mandioca pelas empreendedoras da comunidade de Andorinha, região de Santo -Sé. De acordo com Jaciara Ladislau, o pão já está sendo incluído na merenda escolar da região, ela ressalta que a dificuldade não é de produzir os alimentos e sim de comercializar esses produtos. "Na comunidade vendemos em pequena escala e no município é ainda mais difícil, por que não temos feira livre, dificultando mais a agricultura familiar", comentou.

Depois de ser discutido os beneficiamentos dos produtos (primeira etapa), o estudo teórico da organização da cadeia produtiva (segunda etapa), a terceira etapa vai acontecer em outubro, abordando a gestão e comercialização dos produtos derivados da mandiocultura.

Com essas oficinas o Irpaa pretende contribuir com a melhoria na qualidade de vida das famílias do Semiárido. Além de enriquecer as mesas e trabalhar um novo paladar, com gosto caseiro, gosto da tradição dos empreendimentos da agricultura familiar, esses alimentos são utilizados na merenda escolar das crianças do Semiárido, fazendo parte de uma educação contextualizada, valorizando as potências existentes na região do Semiárido, comentou Maria de Lourdes.