Na região do Vale São Francisco são utilizados várias tecnologias para uma Convivência digna com o Semiárido no período das estiagens, mas um método não convencional vem sendo utilizado de forma positiva, a hidroestesia. Esse assunto está sendo trabalhado no Encontro de Buscadores e Buscadoras de Água, promovido pelo Irpaa. O encontro vai até o dia 20 de setembro, no Centro de Formação Vargem da Cruz.
No primeiro dia do encontro foram discutidos os tipos de subsolo que existe no nordeste e o que é hidroestesia. A hidroestesia é uma palavra grega, que significa sentir/perceber a água, algumas pessoas apresentam a sensibilidade de identificar fendas de água no subsolo, utilizando duas varas de metal, como se fosse uma antena. Quando a/o hidroestesista encontra uma fenda com água, os fios de metal se cruzam, como um sensor.
A/o hidroestesista, além de localizar a água, também descobre a quantidade, qualidade e a profundidade, marcando o terreno para futuramente cavar um poço ou cacimbas.
Para Maria Francisca, representante do Irpaa, esses encontros são importantes, pois as pessoas que já apresentam essas sensibilidades tem a oportunidade de aprofundar esse dom, aprendendo algumas técnicas para identificar os solos que contém recursos hídricos. “È um trabalho, na verdade, que acrescenta essa questão de abastecimento da água, o trabalho significa mais um elemento para que as pessoas possam ter a água garantida durante o ano e também nos anos de estiagem.”
Além disso, Maria ressaltou a utilização dessa sensibilidade de forma consciente e para bem coletivo de uma comunidade, que sofre com a escassez de água. Dessa forma, é mais uma alternativa concreta que confirma a viabilidade de conviver com o Semiárido.
Adélia de Oliveira Lima, uma buscadora de água, relata que em uma oficina sobre hidroestesia, oferecida pelo Irpaa, foi identificado que ela tem essa sensibilidade. “Eu senti uma coisa inexplicável, uma energia diferente, um sentimento extraordinário mesmo, que não dar para explicar”, ela deseja aprofundar o conhecimento sobre dom, para poder ajudar as comunidades que necessita de água no Semiárido.