Coletivo Feminista do Vale do São Francisco auto organiza Encontro de Formação Política

Durante os dias 31 de agosto e 01 e 02 de setembro, a sede da Associação das Mulheres Rendeiras, no Bairro José e Maria, em Petrolina (PE), encheu-se de cores, poesia, mística e muita energia trazidas por mulheres que vivem nas cidades e no campo da região do Vale do São Francisco.

O encontro auto organizado por mulheres de diversos movimentos sociais da região, discutiu temas como “Feminismo, Gênero e Patriarcado”, “Classe e Raça”, “Luta e protagonismo das mulheres camponesas”, “Educação Popular”, além de contar com atividades auto gestionadas como estudos, preparação de místicas, tarefas de limpeza e preparação das refeições durante os três dias.

Uma das facilitadoras das discussões, Nicole Geovana, militante da Marcha Mundial das Mulheres e da Consulta Popular, falou sobre a importância do Coletivo priorizar esse momento para elencar as prioridades e aos poucos definir suas bandeiras de atuação. “Numa região como o Vale do São Francisco é importante as mulheres se articularem. Um encontro de formação define elementos para embasar a luta, momentos como esses são válidos para o Coletivo se firmar”, destaca.

Este primeiro encontro do Coletivo Feminista – criado no início deste ano – contou com a participação de mulheres do Movimento Estudantil da Univasf e UPE, Movimentos como MPA, MST, MAB, associações quilombolas, Levante Popular da Juventude, Articulação de terreiros de candomblé, grupos de hip-hop e arte-educação, além de entidades como Pastoral da Mulher de Juazeiro e Secretaria da Mulher do Estado de Pernambuco.

Participante do encontro, Vitória Lima, única mulher integrante do Grupo de hip-hop Norte BA Crew, diz que sua participação no encontro já mudou a concepção que ela tinha do feminismo: “eu achava que era um monte de menina querendo ser homem e agora vejo que é uma forma de lutar por direitos iguais”, compartilha a jovem de 17 anos.

Além do esforço do próprio Coletivo em buscar alternativas para financiamento do encontro, as mulheres contaram também com o apoio da Recid (Rede de Educação Cidadã), MAB (Movimento de Atingidos por Barragens), Irpaa (Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada), Naenda (Núcleo de Arte-Educação Nego d’Água) e Mercado do Produtor de Juazeiro.

A partir do acúmulo dos estudos, discussões em grupos, plenárias e místicas, no último dia foram definidas as frentes de lutas do Coletivo Feminista e feito o planejamento das ações. As atividades a serem realizadas estarão voltadas para a mobilização de outras mulheres, a partir de temas como combate às opressões, agroecologia, dentre outras especificidades definidas.