Aproveitar as folhas, ramas e capins que brotam na caatinga durante os períodos de chuva tem sido uma das mais importantes estratégias utilizadas por famílias de criadoras de caprinos e ovinos para manter os animais bem alimentados e produtivos o ano inteiro. Através da fabricação e armazenamento de feno e de silo, as famílias de produtores das áreas de sequeiro utilizam da diversidade de plantas que a caatinga oferece nessa época e assim criam em suas propriedades importantes reservas de alimentos ricos em proteínas para a criação.
Seja através do Silo (onde as plantas são trituradas na máquina) ou através do feno (onde as plantas são cortadas e expostas ao sol), as famílias de criadores/as aproveitam a enorme diversidade de plantas da caatinga como: faveleira, marmeleiro, catingueira, jurema e outras espécies nativas. Essas famílias podem ainda aproveitar plantas ricas em proteínas, a exemplo de espécies exóticas adaptadas ao clima semiárido tais como gliricídia, cunhã e guandu, dentre outras.
O técnico do Irpaa, Rosemberg Ferreira, afirma que o incentivo à pratica de produção e armazenamento de forragens aproveitando plantas da caatinga gera também resultados econômicos para as/os criadores e criadoras. Rosemberg lembra que com a forragem devidamente armazenada em um local seco, fresco e distante dos ratos e insetos, além de dos animais ficarem bem alimentados, os/as criadores/as não precisam gastar dinheiro comprando rações nas lojas do ramo.
A prática de se produzir forragem como estratégia que assegura rendimentos e produtividade na criação está sendo bastante trabalhada nesse período por técnicos/as da equipe do Irpaa que desenvolvem atividades de formação a partir do Projeto de Assessoria Técnia e Extensão Rural – ATER nos municípios de Juazeiro, Sobradinho, Casa Nova, Curaçá, Sento-Sé, Uauá e Canudos. Nos meses de janeiro e fevereiro deste ano a realização de oficinas foi intensificada, beneficiando diretamente o público contemplado com as atividades de ATER.