Articulação Fundo de Pasto apresenta contribuições das comunidades para preservação da Caatinga

Teve início nesta terça-feira (29) e vai até 01 de dezembro no Centro de Cultura João Gilberto, em Juazeiro, o Seminário “Recaatingamento: o valor da caatinga em pé” realizado pelo Irpaa a partir da experiência do Projeto Recaatingamento com comunidades Agropastoris e Extrativistas do Território Sertão do São Francisco.

Representantes das sete Comunidades Fundo de Pasto dos municípios estão participando do evento e contribuindo com o debate acerca da importância da preservação da Caatinga para manutenção das Famílias no Campo e para a viabilidade da Convivência com o Semiárido.

Na manhã de hoje, o representante da Articulação Estadual de Fundo de Pasto, Valdivino Rodrigues, da comunidade Lages das Aroeiras, município de Uauá, apresentou as contribuições destas comunidades tradicionais para a recuperação e preservação da Caatinga. Valdivino destacou que hoje as/os moradores das Comunidades Fundo de Pasto já tem tomado consciência da necessidade de preservar a Caatinga, compreendendo o papel fundamental do Bioma na subsistência das famílias camponesas.

O produtor rural mencionou, no entanto, que apesar da luta pela permanência e posse da terra, as investidas do capital tem provocado o deslocamento das pessoas e a destruição do Bioma. Para Valdivino, o atraso no processo de regularização, por exemplo, deve-se ao avanço de grandes projetos como a exploração minerária, carvoarias, produção do Biodiesel, todos mantidos por programas governamentais.

O Seminário apresenta as principais motivações para o desenvolvimento desta iniciativa, bem como mostra os principais resultados já constatados nas comunidades envolvidas no Projeto. A programação destaca temáticas como: A importância do Bioma Caatinga na formação cultural do Semiárido; Causas da Desertificação; Capacidade de Sequestro de Carbono na Caatinga; Influência do el niño e da la niña na recuperação das áreas degradadas; Técnicas de recuperação de áreas de Caatinga degradadas, a exemplo do replantio de espécies nativas e adaptadas, enxertia de plantas, técnicas de preservação do solo, etc.

Além das palestras e debates, apresentações culturais também fazem parte da programação do Seminário. As manifestações culturais típicas da região e a musicalidade aparecem nas aberturas das atividades como forma de descontrair o público participante e, principalmente, de valorizar a cultura local, uma dos aspectos essenciais no processo de Convivência com o Semiárido.