Experiências de pequenos empreendedores dos municípios da região do Território do Sertão do São Francisco (Curaçá -Casa Nova – Canudos – Campo Alegre de Lourdes – Juazeiro –Remanso – Sobradinho –Sento-Sé – Pilão Arcado e Uauá) foram amplamente discutidas durante a Conferencia Territorial do Sertão do São Francisco realizada nos dias 22 e 23 abril no Hotel Rio Center em Juazeiro – BA.
O encontro discutiu avanços, limitações e perspectivas acerca dos empreendimentos da Economia Solidária na região. Segmento representado basicamente por pequenos agricultores que juntos se tornam grandes a partir de sua articulação em redes e grupos. Um setor da economia que através da agricultura família, visa uma melhoria da qualidade de vida das pessoas através um jeito de produzir e comercializar que se opõe a toda a forma meramente capitalista baseada na exploração e degradação dos recursos naturais.
Além das representações dos agricultores, a Conferência contou com a participação de representantes do Fórum Baiano de Economia Solidária e da Superintendência de Economia Solidária, órgão estadual vinculado a Secretaria Emprego Trabalho Renda e Esporte – SETRE.
Os empreendimentos de Economia Solidária apoiados por entidades sociais que atuam na lógica da Convivência com o Semiárido também proporcionam uma melhor qualidade na alimentação e conseqüentemente na vida das pessoas a partir da oferta de produtos naturais, cujo processo de produção e de comercialização são feitos de forma participativa e organizada em grupos e cooperativas, o que fortalece a dinâmica desse trabalho onde os resultados são distribuídos de forma igualitária.
Para Miroval Ribeiro, representante da Rede Sabor Natural do Sertão, as propostas e experiências de Economia Solidária devem ser efetivadas como políticas públicas de desenvolvimento local porque o estado deve também assegurar formas de manter a qualidade de vida das pessoas: “as políticas públicas devem ser colocadas cada vez mais em beneficio da sociedade. Mesmo que seja necessário modificar pontos da legislação que não contribuem para o incentivo da Economia Solidária, a exemplos dos atuais processos de certificação de produtos oriundos da agricultura familiar. E que os empreendimentos do setor sejam melhores estruturados de modo a favorecer os pequenos produtores, para isso, se faz necessário criar bases de serviços que apõem a produção e a comercialização desses produtos nos municípios do território. Conclui Miroval.
A Conferência constitui-se como um espaço democrático e de formulação de políticas públicas para o desenvolvimento da Economia Solidária. As propostas apresentadas e discutidas nos fóruns do Sertão do São Francisco deverão ser aprofundadas nas Conferencias Estadual e, principalmente Federal prevista para acontecer em maio deste ano.