Livro demonstra como uma horta pode auxiliar no processo educacional no Semi-Árido

Livro Horta Orgânica Pedagógica no Semi-Árido

Contribuir para o enriquecimento do trabalho pedagógico nas escolas através de soluções simples, criativas e acessíveis. Foi neste contexto que nasceu o livro Horta Orgânica Pedagógica no Semi-Árido, desenvolvido pelo Instituto Regional da Pequena Propriedade Agropecuária Apropriada-IRPAA. O material didático é direcionado aos educadores e educadoras que atuam no Semi-Árido e aborda a agricultura orgânica dentro de uma proposta de educação contextualizada.

O livro é fruto de um processo de formação continuada de professores e professoras, desenvolvido pelo instituto desde o ano de 2002 nos municípios de Juazeiro, Curaçá, Rodelas, no estado da Bahia, e Santa Maria da Boa Vista e Orocó, em Pernambuco. Organizado em dois capítulos, o material oferece uma abordagem técnica-pedagógica, assim como, político-pedagógica através da articulação das potencialidades de uma horta dentro da escola.

Uma horta é considerada pedagógica quando funciona como instrumento para intermediar saberes gerados dentro e fora da escola. De acordo com uma das organizadoras do material, a pedagoga Edineusa Ferreira de Sousa, o Horta Orgânica Pedagógica no Semi-Árido é um instrumento potencializador da interdisciplinaridade e de contextualização dos conteúdos, além de ter a capacidade de aproximar escola e comunidade. “A horta é um instrumento didático que pode movimentar todo o currículo da escola. Falamos muito da relação escola e comunidade, e como a horta é capaz de aproximar as pessoas da escola. Por exemplo, os agricultores, pais dos alunos, que já tem grande experiência, vêm à escola conversar com os alunos e compartilhar seus conhecimentos e vivências”.

Segundo Edineusa, entre os temas trabalhados através de uma horta pedagógica estão o respeito pela natureza, o cuidado com o meio ambiente, a criação de novas culturas no hábito alimentar, a produção e o consumo de alimentos saudáveis, além da valorização da sabedoria comunitária e experiência dos trabalhadores que lidam com a terra. “A horta torna-se o elemento articulador de todos os saberes dentro da escola, ela não pertence apenas ao professor de agricultura, ela pertence a todos que fazem a escola e a comunidade. É melhor trabalhar com a cultura viva do que com livros que muitas vezes estão fora de contexto. Na horta estão os conteúdos que fazem parte da proposta curricular como a água, o solo, cultura, alimentação”.

Distribuindo apenas entre os cinco municípios abrangidos pelo projeto inicial, a proposta é que o trabalho se amplie por todo o Semi-Árido. “Foi uma tiragem pequena, mas queremos distribuir além dos municípios que já atuamos. A partir do momento que os educadores tiverem contanto com o material ele poderá estar se contagiando e contagiando outros/as educadores/as com a idéia”. Finaliza Edineusa.