Entre os dias 12 e 14 de novembro, foi realizado em Juazeiro o IIIº Seminário Intermunicipal de Educadores e Educadoras do Semi-árido. O evento, coordenado pelo IRPAA, contou com a participação de educadores de diversos municípios dos estados da Bahia, Piauí, Paraíba, Pernambuco, Ceará e Alagoas, com o objetivo refletir sobre os avanços e desafios da proposta de Educação para a Convivência com o Semi-Árido.
Atualmente, a região semi-árida brasileira apresenta um dos piores indicadores educacionais do país, sendo recordista em analfabetismo e evasão escolar entre crianças e adolescentes. Dados apresentados pelo UNICEF, apontam que mais de 350 mil crianças e adolescentes, entre 10 e 14 anos, não freqüentam a escola, uma experiência não muito diferente da vivenciada pelos seus pais e avós.
Diante do desafio de superar essa incômoda realidade, educadores e educadoras que atuam nessa região discutiram nos dois dias de encontro, diversos temas relacionados as políticas públicas para educação no Semi-Árido. A programação do evento contemplou temas como a re-orientação curricular das escolas inseridas na região, conseqüências pedagógicas das salas multidisciplinares, evasão escolar, calendário diferenciado para estudantes que trabalham no campo, particularidades do ensino na Educação de Jovens e Adultos-EJA, entre outros.
Segundo a coordenadora do evento, a pedagoga Lucineide Martins, a atual necessidade do Semi-Árido é de uma proposta que abarque as necessidades de uma educação diferenciada. “O Semi-Árido tem 1.133 municípios que ainda colhem os frutos de uma política assistencialista e compensatória, chegou a hora de pensar em um projeto de desenvolvimento educacional para região. Esse Seminário é um espaço para que os educadores apresentem suas experiências, tragam suas inovações pedagógicas e que reinventem o processo educacional na região”.
Para o participante Adelson Dias, professor da Universidade do Estado do Piauí e técnico em educação da Caritas de São Raimundo Nonato, o encontro foi uma oportunidade de repensar e refazer os trabalhos educacionais. “O Seminário Intermunicipal foi um espaço provocador, teve a função de inquietar e trazer contribuições para modificar as práticas diárias. Percebi com ânimo que os representantes de lugares em que a contextualização educacional com o Semi-Árido não está acontecendo, participaram das discussões com ânimo e já despertaram para essa necessidade de mudança em seus trabalhos.”
