A água mineral engarrafada, cujo consumo mundial quase dobrou para 154 bilhões de litros em 2004 em relação a 1999, é um recurso natural que custa muito caro para o meio ambiente.
No Brasil foram engarrafados no ano de 2005 4,3 bilhões de litros de água. Nos últimos dez anos, por exemplo, o crescimento da produção/consumo foi 23,3% ao ano, em média, assim como o número de concessões de lavras, que saltou 135%, de 1995 a 2005.
Nos Estados Unidos, o prefeito de Salt Lake City está insistindo junto à Conferência Nacional de Prefeitos, que todos promovam o consumo da água encanada, como alternativa, para reduzir a emissão de gases que provocam o efeito estufa.
A maioria dos recipiente para engarrafar a água mineral é de plástico, produzido a partir de petróleo. Estas garrafas são transportados em caminhões, que queimam óleo diesel, usam lubrificantes, pneus, tintas feitos a partir de petróleo e o qual também entra na produção de quase tudo que tem no caminhão – gerando gases de efeito estufa. E ainda são transportadas em estradas feitas de derivados de petróleo.
Pior ainda, quando a garrafa é trazida de países exóticas: Brasil importa água mineral, principalmente da França e da Itália.
Detalhes, quase anedóticos:
o valor unitário de uma garrafa de 500 ml sai da fábrica por R$ 0,30 e é vendida no posto de gasolina a R$ 1,00. A água em si não entra nem com 10% do valor total do produto.
as garrafas feitas de polietileno tereftalato (PET), muito usadas para a água mineral, são produzidas a partir de um derivado do petróleo bruto. Para a sua produção, só nos Estados Unidos, são gastos 1,5 milhão de barris de petróleo, por ano, o necessário para que o funcionamento de 100.000 automóveis durante um ano.
a água engarrafada é, em cerca de 40% dos casos, água da torneira, à qual se adicionam minerais e nem sempre em benefício da saúde dos consumidores.
No outro lado, a água da torneira vem sendo beneficiada por um sistema de distribuição, muito mais ecológico e de menor custo. As normas que temos no Brasil em relação à água potável são rígidas e mundialmente reconhecidas. Para quem desejar mais segurança ainda, pode utilizar um simples filtro de vela ou um dos muitos aparelhos mais sofisticados, disponíveis no mercado.
Haroldo Schistek