A área de captação e a calha:

 

O telhado representa a área ideal e já existente para captar a água da chuva. Deve ser coberto com telhas lisas e não ficar muito perto de árvores que mudam constantemente as folhas. Interessante é que na área rural, o tamanho da casa e com isso a área do telhado está numa correlação direta com número de seus habitantes. É sempre importante verificar esta relação, para ter certeza que para o volume da cisterna planejado, exista também área de captação suficiente - já que a quantidade da chuva é um valor dado.
A calha pode ser algo muito simples e barato: uma tira estreita de chapa galvanizada, dobrada em forma de L e colocada por baixo da última carreira das telhas, conduz com perfeição a água da chuva para a cisterna. Além de ser barata e fácil de fabricar, possui ainda a vantagem de nada disperdiçar de água, nem de chuvas fracas, nem das trovoadas,
Porém, muitas vezes, a simples calha em forma de L precisa ser substituída por um outro formato, por causa das irregularidades do telhado. Neste caso se recomenda uma calha dobrada em U ou melhor ainda em V que é fixada por baixo da beira do telhado.

Higiene da água:

Muitas vezes, visitantes nos indagaram, como é que se pode guardar água durante tanto tempo. Ela não estraga, apodrece?
A água em si nunca muda. É um mineral muito estável, porém com a capacidade de dissolver inúmeras substâncias e servir de vetor. A água, evaporada do buraco mais sujo e lamacento, volta para o ciclo grande da água, como líquido totalmente puro.
É um momento bonito quando se visita uma família, depois os oito meses de estiagem anual e poder apreciar a água cristalina na cisterna.
E é um prazer de tomar um copo de água fria desta cisterna. Especialmente quando se lembra do líquido opaco, cheio de materiais em suspensão esta família - e seus visitantes - ainda pouco tempo atrás consumiam.

A água que cai do céu, é praticamente limpa. Talvez foram arrastadas algumas partículas de poeira da atmosfera. A preocupação com a qualidade da água começa com o telhado.
Aqui algumas regras:

- durante os meses sem chuva, o cano que liga a calha com a cisterna deve ser retirado para evitar a entrada de impurezas. E a abertura do lugar do cano bem vedado, para evitar a entrada de luz;

- só depois que a primeira chuva lavou durante alguns minutos o telhado, o cano deve ser recolocado (embora oito meses de calor escaldante e seco em cima das telhas, certamente não deixará sobreviver muitos germes...);

- na entrada do cano que liga o telhado à cisterna, deve ser colocada uma tela fina, para que nada seja arrastado pela água, como folhas soltas ou então nada possa escorregar pelo cano durante os períodos entre as chuvas.

 

 


A foto acima mostra uma solução interessante, um pouco mais cara do que uma única cisterna, mas com potencial significativamente mais alto de segurança e de ter sempre água limpa. Em vez de construir uma única cisterna grande, se constróem duas que juntas possuem o mesmo volume. A encanação do telhado só é feita para a primeira cisterna; quando esta estiver cheia, um cano entre as duas, deixa encher também a segunda. Depois da época da chuva, se utiliza primeiro a água da primeira cisterna e quando estiver esgotada pode-se realizar a limpeza e desinfecção. A segunda só é lavada, quando a primeira já está se enchendo com água da nova estação chuvosa. Numa inesperada perca de água, é improvável que um acidente assim aconteça no mesmo tempo com as duas cisternas.

 

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