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“Viemos aqui para nos reanimarmos para levar adiante essa luta”, diz Dom Cappio ao voltar à nascente do São Francisco

“Viemos aqui para nos reanimarmos para levar adiante essa luta”, diz Dom Cappio ao voltar à nascente do São Francisco

Em 04 de outubro de 1992, na nascente do Rio São Francisco, na Serra da Canastra, situada no município de São Roque de Minas (MG), uma celebração marcou a saída de 04 pessoas que deram início a uma peregrinação por todo o curso do Rio São Francisco. De lá partiram Frei Luiz Flávio Cappio, franciscano da região da Barra (BA), Irmã Conceição Menezes, religiosa franciscana, Orlando Araújo, lavrador e garimpeiro e Adriano Martins, sociólogo e ambientalista.

Hoje, 20 anos depois, representantes dos povos ribeirinhos do São Francisco, organizações populares, ONG's, juntamente com Dom Cappio e Adriano Martins, no dia 12 de outubro estiveram na nascente do rio para celebrar a caminhada e renovar as forças para continuar a luta em defesa do rio. “Vivenciando esse momento de juntar forças, experiências, aumentar as esperanças, estamos propondo vários momentos ao longo do ano (entre outubro de 2012 e outubro de 2013) para reanimar as lutas em torno do São Francisco”, menciona Cícero Félix, um dos animadores da Articulação Popular São Francisco Vivo e integrante do Irpaa, também participantes da celebração.

Naquele momento, em 1992, a peregrinação se iniciava com três objetivos centrais, como cita Dom Cappio: travar um diálogo com a população ribeirinha, mostrando as riquezas do rio; observar as causas que estavam levando à degradação do rio; e convidar o povo para participar da luta em defesa do rio, considerando que as grandes mudanças vem a partir da base. “Nossa peregrinação foi muito simples, despojada. Nós usávamos uma linguagem muito simples, a linguagem religiosa que o povo entende, a gente foi diretamente ao povo conversando sobre as questões do dia a dia”, lembra o atual Bispo da Diocese de Barra (BA). O encerramento da peregrinação se deu um ano depois, exatamente no dia 04 de outubro de 1993, quando os peregrinos chegaram à Foz do Rio São Francisco, no estado de Alagoas. Nas regiões por onde passaram, celebraram missas, fizeram reuniões com a população, atividades com as crianças, conversas, prestigiaram apresentações culturais para recepcionar o grupo. Todas as experiências foram registradas no Diário da Irmã Conceição e hoje encontram-se digitadas em mais de 350 páginas.

A educadora Josedalva Farias, do município de Malhada (BA), lembra com emoção a passagem do Frei Luiz e os demais peregrinos em sua cidade: “Eu estava no terceiro ano e ficamos encarregados de organizar uma dramatização. Foi a partir desse momento que nós fomos refletir a verdadeira situação do Rio São Francisco e o que nós estávamos fazendo para contribuir com sua revitalização”.

 

A nova peregrinação

A proposta dos “novos peregrinos” que se reuniram em Minas Gerais entre os dias 10 e 12 de outubro de 2012 é realizar diversas ações até outubro de 2013, onde novamente se encontrarão na Foz do Rio, em Maceió (AL). A intenção é mobilizar cada vez mais pessoas, organizações, movimentos sociais e religiosos para contribuir com a defesa de uma verdadeira revitalização do Velho Chico, dar visibilidade aos problemas que hoje se multiplicam ao longo da Bacia (contaminação das águas, transposição, degradação dos afluentes, morte de animais, queimadas, assoreamento, mineração, agro e hidronegócio, barragens, ameças de construção de Usinas Nucleares, devastação da caatinga, impactos para os povos tradicionais, dentre tantas outras problemáticas) e assim fortalecer a luta popular em defesa do Rio da integração nacional.

 

A peregrinação e a Convivência com o Semiárido

A passagem dos peregrinos pelo Semiárido mostrava que o modelo de desenvolvimento que estava sendo implantado na região trazia a morte do rio e de seu povo. Em conversa com o Irpaa, que naquela época acabava de ser fundado, ficou bastante claro que a proposta de Convivência com o Semiárido que o Irpaa vinha defendendo, ia de encontro com o modelo de depredação identificado pelos peregrinos, por isso era um trabalho que precisava ser intensificado, massificado.

Para Cícero Félix, “20 anos depois, a proposta de Convivência com o Semiárido está se consolidando em toda região do São Francisco e para todo o Semiárido brasileiro e essa celebração renova as forças de todas as organizações que defendem o rio, sua revitalização e a proposta da Convivência com o Semiárido”.

Fotos: João Zinclar

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