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Simpósio Brasileiro de Captação e Manejo de Água de Chuva reuniu experiências nacionais e internacionais

Simpósio Brasileiro de Captação e Manejo de Água de Chuva reuniu experiências nacionais e internacionais

A captação e manejo da água de chuva esteve mais uma vez no centro das discussões que envolvem organizações do poder público e sociedade civil. Dois anos depois da data prevista inicialmente, o 12º Simpósio de Captação e Manejo de Água de Chuva foi realizado, entre os dias 28 e 31 de agosto, no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Alagoas - IFAL, Campus de Maceió.

A professora Daisy Oliveira, da Universidade Federal de Alagoas – UFAL, integrou a organização do evento e revelou a expectativa vivida durante o período em que o simpósio precisou ser adiado por conta da pandemia. Daisy conta que já trabalha com o tema de captação e manejo de água de chuva. “Já trabalho com este tema, já convivo com o tema desde pequena”, afirma a professora a qual conta que sua família mora no Semiárido. Daisy enfatiza a qualidade dos debates que contribuíram para a construção do conhecimento. “Tudo que ocorreu no evento foi muito válido e muito construtivo”, aponta.

Daisy Oliveira, que é estreante em simpósios sobre o assunto, acredita que “o tema de captação e manejo da água de chuva ainda sofre bastante preconceito, não só entre a sociedade, mas até nos termos técnicos a gente acaba lidando com bastante preconceito”. Na visão dela um evento desse porte traz a informação e “serve para esclarecer melhor e retirar da sociedade, como um todo, esse preconceito com a água de chuva”.

Ronaldo Mendes, professor da Universidade Federal do Pará e presidente da Associação Brasileira de Captação e Manejo de Água de Chuva – ABCMAC, conta que um dos principais desafios na realização do simpósio foi o pouco apoio que a gestão federal tem dado à ciência. “O quadro atual de pouca atenção a temáticas como aproveitamento de água de chuva, um ambiente que tem contribuído bastante para diminuir o deficit de abastecimento de água, sobretudo na região do Semiárido, esse ambiente parece que não está sendo considerado como prioritário”, denuncia o professor. Mesmo com as barreiras Ronaldo destaca, como um dos avanços do simpósio, a disponibilização de todo o conteúdo no YouTube, já que o evento aconteceu de modo híbrido e todo o conteúdo está disponível.

Todo o conteúdo está acessível e demonstra debates importantes como o trabalho apresentado pelo professor da UFPA Marcos Quintairos. “A ideia inicial do projeto era trabalhar a questão da potencialidade de aproveitamento de água de chuva dentro da escola”, contou o professor. O trabalho de Educação Contextualizada, com foco na captação de água da chuva, foi desenvolvido com a participação de estudantes da Escola de Aplicação da UFPA. Para tanto, foram usadas ferramentas como o Google Maps para mapear e medir a área do telhado, além de ser realizado o estudo da pluviosidade de Belém entre os anos 1990 a 2020, realizando cálculo de volume de água a ser coletado e a montagem de uma mini-cisterna. Segundo o professor, “o envolvimento deles [estudantes] foi fantástico”

Marcos destaca a riqueza do trabalho que une a teoria à prática. “A gente trabalhou a parte teórica, que às vezes fica muito abstrata para o aluno [...] Eles viram na prática como é que funciona e para que serve” a tecnologia. Marcos conta que foi possível trabalhar o tema nas diversas disciplinas.


André Rocha, integrante do Irpaa, também achou importante o simpósio e destaca a necessidade de maior envolvimento da sociedade civil. “Os agricultores, as agricultoras, com suas organizações, com os movimentos sociais, os organismos de assessoria da sociedade civil, as cooperativas, institutos, associações, de profissionais, de lideranças, precisam, de alguma forma, participar mais, se aproximar mais, reivindicar, pautar […] Os órgãos de pesquisa governamentais trabalham com recursos públicos”, argumenta.

De acordo com André, é preciso que a sociedade traga à tona “aquilo que vem construindo e que pode ser validado, aprimorado, servir de orientação para a academia e assim a gente dá continuidade à construção desse saber em parceria: o olhar da ciência, o serviço da ciência; o olhar da sociedade, o olhar das famílias, os saberes das comunidades”.

O evento terminou com a assinatura de um termo entre a ABCMAC e a IRHA – International Rainwater Harvesting Alliance (Aliança Internacional de Captação de Água de Chuva). Han Heijnen, Presidente da IRHA, conta que está “muito feliz que ABCMAC agora é também membro da Aliança e juntos vamos promover a captação de água de chuva não somente em outras partes do Brasil, mas nos ligar muito a países semelhantes, por exemplo Angola, Moçambique, onde de fato captação de água de chuva também é um assunto crítico para muita gente”.

Texto e Foto: Eixo Educação e Comunicação do Irpaa
 


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