- O segundo caminho consiste em aumentar o tempo de permanência da água de chuva no solo. A umidade do solo se perde em duas direções. Uma vez por causa da evaporação na superfície, com constante substituição capilar da umidade, de camadas mais profundas. Esta perca de água pode ser fortemente impedida com a já mencionada aplicação de cobertura seca. Limitante é somente a pouca disponibilidade de material vegetal suficiente para a cobertura seca. Finalmente estamos numa região semi-árida e no final da época seca, a terra se encontra bastante desnuda. Mas para pequenas áreas, para a manutenção de uma família, sempre se a acha material suficiente. A água do solo se perde também através da infiltração profunda ou deslocamento lateral. Para impedir isto, existe uma tecnologia eficiente, é a chamada barragem subterrânea (Quadro 13). A construção custa um pouco de dinheiro e nem todo terreno é apropriado, mas onde é construída, a safra praticamente está garantida.

O desenho ao lado explica como funciona uma barragem subterrânea: numa baixada levemente inclinada, de solo fértil, se cava uma valeta em formato semi circular. O comprimento pode ser 100 metros ou mais, dependendo da largura da baixada. Precisa cavar até encontrar a camada de rocha impermeável, às vezes numa profundidade de um metro, mas normalmente um pouco mais de dois metros. À partir do fundo rochoso, a parede de terra é revestida de lona plástica e a valeta novamente enchida. O coroamento da valeta, uma pequena barragem de terra, serve para reter os resíduos trazidos pela água, como terra e restos orgânicos, para formar assim uma nova camada de solo. A água querendo se deslocar lateralmente pela gravidade, é retida pela folha de plástico e forma assim um lençol freático alto, artificial, do qual as raízes das plantas podem se suprir das suas necessidade de água.

Esta tecnologia só pode ser aplicada em regiões de subsolo cristalino.

 

 

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