Uma importante discussão em torno de tecnologias e práticas de recuperação de rios, riachos e bacias hidrográficas, estiveram muito presentes durante uma formação envolvendo colaboradores do Irpaa, nos dias 09 e 10 deste mês. A formação coordenada pelo Eixo Clima e Água, contou com a participação dos demais eixos da instituição, além dos articuladores dos municípios e regiões de Sobradinho, Sento-Sé, Casa Nova, Campo Formoso, Curaçá e Uauá.
O ponto central dessa formação debateu como algumas práticas e tecnologias sociais a exemplo de barreiros, barragens e cercamento de áreas de caatinga, realizadas com o envolvimento das comunidades ribeirinhas, ajudam a proteger e recuperar rios como São Francisco, Salitre e Mucambo, por exemplo.
Após todo o momento de discussões e estudo, a equipe foi até o interior de Curaçá conhecer de perto o trabalho desenvolvido pelas comunidades de Mucambo, Boticudo e Boa Esperança, que vivem em torno da Bacia do rio Mucambo. No local, todos viram a importância social e ambiental dos barreiros trincheiras construídos próximos às margens do rio, além dos barramentos e cacimbas de areia e, da proteção de áreas de mata ciliar, também chamadas de Áreas de Proteção Permanente (APP), que foram cercadas e protegidas para ajudar na recuperação desse manancial que, segundo o presidente da Associação de Mucambo, Arnado Cordeiro, todo esse trabalho já mostra seus primeiros resultados quando nos últimos anos, já se observa a diminuição do assoreamento e um certo aumento da vazão de água do rio em diversos trechos.
As tecnologias de proteção e recuperação da bacia do rio Mucambo foram conquistadas por meio de Projetos Hidro ambientais elaborados junto ao Comitê da Bacia do Mucambo com o apoio do Irpaa e o engajamento das comunidades do entorno.
De acordo com o colaborador do Irpaa, João Gnadlinger, que coordenou essa formação, a visita e o diálogo com as comunidades serviram para avaliar as implementações que não deram muito certo e ao mesmo tempo, potencializar aquelas que estão ajudando a recuperar o rio Mucambo. Já para Augustinho Pereira, articulador do Irpaa em Curaçá, as próprias comunidades experimentam e descobrem formas e práticas que com o tempo se revelam muito eficazes para proteger os rios, a caatinga e natureza como todo, e isso representa um grande benefício não só ambiental e social como também econômicos com a prática de arranjos produtivos implantados de forma sustentável.
Texto / Foto : Eixo Comunicação