Na manhã dessa última terça-feira (15), minicursos com as temáticas ligadas a água da chuva deu início a programação do 10º Simpósio Brasileiro de Captação e Manejo de Água da Chuva, que este ano acontece na Universidade Federal do Pará – UFPA, em Belém. O evento reúne pesquisadores/as, agricultores/as familiares, estudantes, organizações governamentais e da sociedade civil.
As características da região semiárida, a importância da água da chuva para Convivência com o Semiárido brasileiro, as tecnologias sociais de captação e armazenamento de água da chuva e segurança hídrica: água em quantidade, qualidade e regularidade, foram alguns dos assuntos debatidos no minicurso “Aproveitamento de água da chuva no Semiárido Brasileiro”, ministrado por André Rocha, colaborador do Irpaa. Durante sua explanação, André abordou a necessidade de pensar e discutir a proposta de convivência com os demais biomas existentes no mundo.
O participante Rômulo Ferreira – representante da associação de engenheiros sanitaristas do Pará, acredita que a captação de água de chuva pode contribuir para melhorar o acesso desse bem natural em Belém, que, de acordo com o sanitarista, é ineficiente. “Aqui em Belém a gente sofre muito com o abastecimento de água, apesar de ter uma abundância grande de rios e igarapés, isso porque há uma ineficiência no nosso abastecimento, acaba muitos bairros de Belém tendo essa precariedade, tanto de quantidade e qualidade”, explica Rômulo, que ainda aborda a ausência do saneamento básico como um elemento que agrava a qualidade da água disponível para população de Belém.
Durante todo o dia, o Simpósio ainda ofereceu mais três minicursos, finalizando assim a programação do pré-congresso.
Solenidade de abertura
A abertura oficial do 10º Simpósio Brasileiro de Captação e Manejo de Água aconteceu no período da noite, no auditório Benedito Nunes, na UFPA. Fizeram parte da mesa de abertura os representantes da Associação Brasileira de Captação e Manejo da Água da Chuva (ABCMAC) e da Universidade Federal do Pará (UFPA), abordando a importância do evento e desejando as boas vindas aos participantes.
Esse ano, o Simpósio tem como tema central: “Desbloquear o potencial de aproveitamento da água de chuva para o Brasil”. O presidente do Simpósio, Ronaldo Rodrigues Lopes Mendes (UFPA), pontuou a necessidade de implementar políticas mais ousadas no maior aproveitamento da água da chuva. Ainda destaca que essa é a primeira vez que o simpósio acontece em região que não está nos limites do Semiárido e que mesmo a Amazônia sendo rica em rios, é preciso pensar políticas públicas de aproveitamento de água da chuva para essa região.
“Desbloquear o potencial de aproveitamento da água de chuva para o Brasil”
Em seguida foi realizada a conferência de abertura “Desbloquear o potencial de aproveitamento da água de chuva para o Brasil”, ministrada por Asher kiperstok, engenheiro civil e professor do departamento de Engenharia Ambiental da Escola Politécnica da UFBA. O professor destacou que “a captação de água de chuva se coloca como mais uma alternativa que não tem sido devidamente aproveitada por causa de diversos bloqueios”, afirma Kiperstok.
De acordo com o professor, o primeiro desbloqueio que é preciso trabalhar é compreender o “porque a sociedade ainda não entendeu o processo de degradação ambiental rápido e irreversível que a gente se encontra inserido”. Durante sua fala ele pontuou outros fatores que precisam ser considerados para desbloquear o aproveitamento de água da chuva.
O 10º Simpósio Brasileiro de Captação de Água da chuva vai acontecer até o dia 18 (sexta-feira), com diversas palestras, sessões temáticas entre outras atividades.