Encontro entre entidades baianas que compõe a Rede de Educação no Semiárido Brasileiro (Resab) aconteceu no último dia 05 de maio, na sede do Irpaa, em Juazeiro- BA, com o objetivo de reanimar o Núcleo Gestor da Rede e agregar mais entidades na articulação. Estava nas pautas do evento, produções teóricas metodológicas, selo editorial, formação, curso e seminários, parceria e articulação política, seminário, adesões e compromissos da Resab no Estado da Bahia.
No encontro, as entidades registraram como um dos desafios da Rede o de conseguir apoio para publicar materiais científicos, como livros e revistas, sobre educação contextualizada, fato que dificulta que produções qualitativas acerca da temática entrem no circuito de outras publicações sobre educação. Apesar de já existir um esforço de entidades não governamentais e instituições de ensino superior que compõem a Resab para dar visibilidade as publicações já existentes, a procura por parte de pesquisadores/as e estudantes ainda é tímida. Além disso, foi registrado também, a dificuldade do livro Didático Contextualizado “Conhecendo o semiárido I e 2” ser adotado pelo MEC para a rede pública de ensino na região semiárida brasileira.
No entanto, os avanços e as conquistas alcançadas a partir da existência da Resab também foram assuntos da reunião, como a participação em Comitês estaduais e nacionais de educação do campo, no Fonec (Fórum Nacional de Educação do Campo) e a inclusão da Educação para a Convivência com o Semiárido em vários sistemas de ensino e no Projeto Político Pedagógico de muitas escolas, especialmente do campo. Além destes espaços, a Rede tem contribuído com as experiências de educação em vários municípios, especialmente em Alagoas, Bahia, Ceará, Piauí e Paraíba. Destacou-se também o compromisso de instituições públicas de Ensino Superior com a formação de docentes sobre Educação Contextualizada para o Semiárido, citando cursos de especialização e um mestrado na Uneb – Juazeiro (já na terceira turma).
Na avaliação das entidades, este momento foi significativo na trajetória da Resab, pois mobiliza e oxigena a Rede e a chegada de novos integrantes ajuda a ampliar novos horizontes na luta por uma educação libertadora para o povo, agregando intencionalidade política nos espaços formais de educação, na vida em sociedade, além de animar e fidelizar a participação das entidades nesta articulação. Espera-se que o núcleo gestor da Bahia dê um salto em organicidade, em ações e diálogo com outras entidades. “Eu vejo significativo isso, que também é papel da Resab, que é trazer os sujeitos para dialogar, os da sociedade civil, do poder público, aqueles que de fato se comprometem a realizar estas mudanças e transformações em seus locais”, avaliou Iracema Lima dos Santos, da Aecofaba (Associação das Escolas das Comunidades e Escolas Famílias Agrícolas da Bahia). “A gente não quer desistir dessa luta do direito à educação no Semiárido de qualidade, contextualizada. Então, o encontro foi bom e a gente sai daqui com a ideia de renovação mesmo”, avaliou a professora Drª da Uneb, Luzineide Dourado.
Fortalecer o grupo gestor da Bahia, retomar o grupo de formadores/as da Resab Bahia foram alguns dos encaminhamentos tirados ao final da reunião. Também foi posto como desafio a questão de trazer as secretarias municipais de Educação para promoverem nos seus municípios a educação contextualizada para toda a rede de ensino. Este encontro faz parte da preparação dos estados para o seminário nacional da Resab que acontecerá nos dias 22 e 23 de julho, em Juazeiro – BA. Participaram da reunião as entidades da sociedade civil organizada, Irpaa, MOC, Efas, Refaisa, Aecofaba, Adac, as Secretaria Municipais de Educação de Curaçá, Remanso, Canudos e Juazeiro, além da Uneb, Nedet/Univasf e o Colegiado Territorial do Sertão do São Francisco.
Texto e foto: Comunicação Irpaa